Esta terça-feira comemora-se o Dia Mundial da Poesia: esse mundo fascinante de utilizar a ferramenta palavra de uma forma mágica, emotiva, repleta de significados e de musicalidade.
A fim de assinalar a data, o Departamento Curricular de Português deixa, por aqui, uma breve pincelada de magia nas palavras de Alberto Caeiro, um dos heterónimos desse nome maior da poesia portuguesa do séc. XX, Fernando Pessoa [1888-1935].
Não me importo com as rimas. Raras vezes
Há duas árvores iguais, uma ao lado da outra.
Penso e escrevo como as flores têm cor
Mas como menos perfeição no meu modo de exprimir-me
Porque me falta a simplicidade divina
De ser todo só o meu exterior.
Olho e comovo-me,
Comovo-me como a água corre quando o chão é inclinado
E a minha poesia é natural como o levantar-se vento…
Alberto Caeiro [1911-1912]
Lurdes Neto